03/02/2015 - Educação
O tratamento das DSTs nos livros didáticos é abordado no COEB

Cristiane de Castro Ramos Abud falará sobre as gramáticas da aids nas aulas de ciências

foto/divulgação: Divulgação

Atividades do COEB vão até quarta-feira (4)

O COEB, Congresso de Educação Básica, realizado anualmente pela Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis, contará com Cristiane de Castro Ramos Abud, da Escola Luiz Cândido da Luz, na Vargem do Bom Jesus falando sobre as “Gramáticas da aids: o affectiveturnnos livros didáticos de ciências do 6º ao 9º ano de escolas municipais de Florianópolis (2000 a 2011)”. A apresentação será nesta terça-feira (03), às 13h30. O evento se estende até a quarta-feira (04) no Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina.

 

Resumo do trabalho

 

A pesquisa analisa os discursos e saberes acerca da AIDS abordados em 16 livros didáticos de Ciências do 6º ao 9º ano (2000 a 2011), utilizados em cinco escolas da Rede de Ensino Municipal de Florianópolis, através das escolhas no PNLD. Artefatos culturais constituidores de significados e identidades, tais livros didáticos são importantes fontes de investigação sobre como perceber como são abordados os conteúdos da AIDS e seus desdobramentos, ou seja, as estratégias de prevenção, cuidado, contágio, saúde e higiene.

 

Com o auxílio dos Estudos Culturais- onde a linguagem é compreendida enquanto constituidora de representações e práticas, a partir disto, são analisados os modos como as imagens e os discursos presentes nos livros didáticos de Ciências prescrevem formas comportamentais de se vivenciar a sexualidade em nome do sujeito saudável, a produção de uma “gramática do terror”, estabelecendo relações do conteúdo da AIDS com representações de morte, risco, guerra, batalha sem volta; bem como representações de gênero, atrelando às imagens femininas a função preventiva na relação, além da sua culpa, cuidados e vigilância contínua sobre seus corpos. Além disso, fundamentou-se no affective turn para perceber as formas como as imagens presentes nos livros afetam corpos e subjetividades de seus leitores.

 

É função dos profissionais da educação, utilizar ferramentas de análise das práticas pedagógicas que permitam fomentar questionamentos e reflexões críticas acerca dos materiais didáticos utilizados na escola, suas intenções, contradições, bem como seus efeitos sobre os sujeitos, seus corpos, saúde, condutas, feminilidades e masculinidades; percebendo também, como esses materiais são passíveis de transgressão e mudança. A pesquisa sobre os livros didáticos nos trás formas de perceber as práticas de leitura e de ensino utilizadas no contexto escolar, além de ser um instrumento para desconstruir abordagens sexistas, excludentes, distantes das realidades e vivências escolares que não estão presentes somente nos livros da área de Ciências.


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